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Adele – 30

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Depois de um hiato de mais de 5 anos, uma das mais adoradas artistas mundiais está de volta; Adele regressa com o seu novo álbum 30, lançado a 19 de novembro.

O poderoso videoclipe de “Easy on Me”, lançado a 15 de outubro, prossegue a história dos seus singles anteriores: “Rolling in the Deep”, o primeiro single do álbum 21, mostra Adele numa casa ainda em construção; “Hello”, o primeiro single do álbum 25, exibe o momento em que a cantora se muda para uma casa nova; e, agora, “Easy on Me”, primeiro single de 30, permite-nos acompanhá-la a sair da tal casa, deixando-a “à venda”, à procura de novos rumos. Neste novo single, Adele tenta explicar o seu divórcio ao filho, sintetizando-o no verso-chave da canção, “I changed who I was to put you both first / But now I give up”.

Aquando da revelação da tracklist do álbum e da respetiva duração das faixas, ao constatar que 5 das 12 músicas se prolongavam para lá de 6 minutos, era possível antever que as faixas de 30 seriam, no mínimo, diferentes. Em entrevistas anteriores ao lançamento do seu último álbum, Adele já revelara que 30 seria o seu álbum mais pessoal, e que nele estavam contidos os seus versos e letras preferidos.

30 veio demonstrar uma Adele mais madura, uma diva que preferiu a autenticidade dos seus temas à performance comercial. Este é um álbum que agrada mais a críticos musicais e menos ao público geral, pois apesar de possuir melodias menos cativantes, apresenta qualidade e essência musical superiores. Esta Adele mais madura está disposta a deixar para trás temáticas de antigos relacionamentos falhados abordadas em 21 e 25, expondo agora o momento do seu divórcio e a relação posterior com o seu pequeno filho, Angelo.

As sonoridades melancólicas e deprimentes atacam logo ao som da primeira faixa, “Strangers by Nature”. Este é o álbum de Adele que mais possui sonoridades clássicas do soul e R&B como as de Aretha Franklin e Whitney Houston, que sempre foram as suas principais inspirações, presentes sobretudo em faixas como “I Drink Wine”, “Love Is a Game” e “To Be Loved”. A última das quais arrisca-se a ser um dos melhores temas da carreira de Adele, e, ao mesmo tempo, enfatiza as suas magníficas capacidades vocais. De facto, 30 é um álbum que se consegue manter atual, apesar das suas inspirações mais antigas.

O uso de backing vocals e de vozes faladas gravadas nas canções também foi bastante arrojado por parte da artista britânica, como é o caso da faixa “My Little Love”, dedicada ao seu filho, que se apresenta como a canção mais vulnerável do álbum: “I feel like today is the first day since I left him that I feel lonely / And I never feel lonely, I love being on my own / I always preferred being on my own than being with people”.

“Easy on Me” revelou-se uma escolha certeira para primeiro single, porque é sem dúvida a que mais se parece a um hit comercial. Assim como o segundo single “Oh My God”, que se assemelha a um novo “Send My Love (To Your New Lover)”, as duas faixas mais upbeat de 30 e 25, respetivamente.

30 trouxe a primeira vez que um featuring consta num álbum da cantora, em “All Night Parking (with Eroll Garner) Interlude”. Trouxe também menos capacidade comercial e melhor conteúdo lírico, mais específico e mais pessoal. Esta especificidade e singularidade atingem o seu auge em temas como “Hold On”:

I swear to God I am such a mess / The harder that I try, I regress / I'm my own worst enemy / Right now I truly hate being me / Every day feels like the road I'm on / Might just open up and swallow me whole / How do I feel so mighty small / When I'm struggling to feel at all?

Numa sociedade abraçada pelo streaming e downloads, era previsível que o sucesso de vendas de 30 não fosse tão positivo, tal como sucedeu, não atingindo o êxito que 25 conseguiu, assim como “Easy on Me” não teve o mesmo sucesso imediato que “Hello”. Tendo em conta as escolhas artísticas mais arrojadas por parte de Adele, alguns ouvintes atrevem-se a apelidar estas faixas de “fracas” ou “chatas”, mas a musicalidade que a artista traz desta vez é daquelas que é necessário escutar com mais atenção para conseguir entendê-la e mergulhar no mundo que esta nos apresentou, ao mesmo tempo que demonstrou que a sua voz se encontra melhor do que nunca.

Jorge Tabuada



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