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Entrevista aos Quase Nicolau... pelos olhos do Ruído-Mudo

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No início de abril, o Ruído-Mudo realizou a sua primeira entrevista, com a companhia de uma recente banda portuguesa, composta por seis personalidades distintas que se cruzam numa unidade. Cinco rapazes e uma rapariga formam os Quase Nicolau. Connosco, no dia 6 de abril, estiveram três membros do grupo, o Zé, a Joana e o Francisco, que nos contaram as suas origens, inspirações e desafios.

O seu nome, Quase Nicolau, nasceu há dez anos, como nos disse o Zé, quando uma versão com 10 ou 11 anos deste mesmo membro participou num casting para uma personagem cujo nome era, justamente, Nicolau. No entanto, o Zé não ficou com o papel. Foi quase. Quase Nicolau. Mais tarde, numa conversa, surge de novo o nome. E assim ficou.

A génese dos Quase Nicolau remonta aos tempos de secundário do Zé e do Gonçalo. Tocavam por aí, diziam eles. Foi, contudo, no verão de 2018 que certas ideias musicais começaram a ganhar mais forma. A esta dupla juntou-se o Francisco e, depois, o Nuno. E depois a Joana, numa daquelas filas da cantina da Escola Superior de Teatro e Cinema. E, por último, juntou-se o Melo.

O passado musical dos membros chama a atenção pela sua diversidade, fervilhando várias influências. Contamos com nomes como Hot Clube, Conservatório Nacional, ou Valentim de Carvalho.

São variadíssimas as inspirações, conscientes ou inconscientes, que cada um traz para o seu trabalho na banda, como os Beach Boys, os Fleet Foxes, Billie Martin, Sufjan Stevens, bem como nomes portugueses, entre eles Tim Bernardes, B Fachada, Zarco e muitos outros.

“Não há regras escritas”, diziam-nos, para a composição das músicas dos Quase Nicolau. No entanto, “nós não compomos canções para poder cantar certas letras, nós escrevemos as letras para poder cantar as canções”. Curiosamente, não é a letra ou a melodia que inicia a ideia de uma canção: “a semente” é a harmonia, como uma pedra em bruto que aos poucos vai sendo polida. A letra vem depois, sendo tornada em poesia pelo Zé, que parte sempre de uma ideia do grupo: “uma imagem, uma palavra, ou uma pessoa” com a qual todos se relacionam.

Como sugestão para os nossos leitores, recomendamos vivamente o Não Vou Cá Estar, um single do primeiro álbum do grupo, Alvorada. Esta faixa põe em música, de um modo que a nós nos pareceu extraordinário, a sensação de um amor ou de uma amizade que se perdeu: mais, a sensação de que, quando perdemos um amor (de qualquer tipo que este seja, de um amante, de um amigo, de um familiar), este deixa de existir. No entanto, a pessoa continua a desenvolver-se, a formar-se, sem a nossa presença. Não vamos cá estar para a ver crescer. E é esta sensação de saudade e infinita melancolia que nos acompanha ao longo da canção. A música partiu, inicialmente, da viola amarantina, instrumento central nesta música (inclusivamente com um interlúdio notável). A “Amarantina”, como chamavam à música antes de chegar ao seu nome final, foi crescendo, ganhando forma e força, tendo até um videoclipe, que, pela sua beleza e energia, vale a pena destacar. Não Vou Cá Estar permite uma viagem interior por este sentimento, de forma simultaneamente vívida, quente e crua. Permite vivê-lo e, ao mesmo tempo, renová-lo.

Só nos resta dizer que, no dia 24 de junho (após tantas alterações de datas, como já dita o hábito do novo normal), no Centro Cultural da Malaposta, teremos estas seis personalidades a atuar, e que muito merecem o nosso aplauso.

Sara Maia


Palavras-chave: "Quase Nicolau", "entrevista", "banda portuguesa", "diversidade".



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